Observatório Niccolò Zucchi

VTROQVE POTENS

Projeto do Observatório

aprenda mais sobre o projeto

O Observatório Astronômico Niccolò Zucchi será construído em Brasília, Setor Habitacional Tororó, Distrito de Santa Maria. Trata-se de um pequeno observatório particular mantido pelo Astrônomo Amador André Couto.

Doação de Ronald P. Jr., a construção fazia parte seu observatório Norma I, que foi desativado para a construção de seu novo Observatório Norma III. O projeto e a construção do observatório são do próprio Ronald. O observatório será feito com placas cimentícias e armação de aço com paredes de DryWall protegidas por plástico. A base é de cimento, possuindo as dimensões: 3,0m x 2,5m.

O equipamento a ser instalado será um telescópio RC8 (Ritchey-Chretien de 8 polegadas/200mm) da GSO, montagem equatorial HEQ5 Pro da SkyWatcher, câmera ASI1600mm da ZWO, câmera de guiagem ASI290mm da ZWO montada OffAxis (OAG), redutor focal CCDT67 da Astro-Physics, roda de filtros ZWO de 7 posições, focalizador ZWO EAF, filtros Baader LRGB, SII, HA e OIII. Câmeras de apoio: Canon T3i modificada e Canon T5i. Mais equipamentos de apoio: Telescópio Newtoniano de 118mm, Telescópio Mak90 (Maksutov 90mm) da Skywatcher, montagem EQ-1 e montagem Virtuoso.

A vocação do Observatório é a astrofotografia amadora. Por estar em região com considerável poluição luminosa (Bortle 4), pretende-se fazer bastante uso de banda estreita. O foco será: fotos de nebulosas e de algumas galáxias mais visíveis. Fora isso, a realização também de observações e acompanhamento de efemérides.

Além disso, o observatório contará com 2 estações da Bramon para monitoramento de meteoros.

Equipamento

RC8, HEQ5 Pro e ASI1600mm

Tipo do Observatório

Observatório tipo Roll-Off em área de 3,0m x 2,5m

Meteoros

Estação de Captura de Meteoros da BRAMON

Quem foi Niccolò Zucchi ?

Niccolò Zucchi foi um jesuíta, astrônomo e físico italiano. Nasceu em Parma, em 6 de dezembro de 1596 e morreu em Roma, em 21 de maio de 1670.

Há evidências de que Zucchi foi o inventor do primeiro telescópio refletor, em 1616, usando um espelho de cobre e uma lente côncava como ocular. Há algumas controvérsias sobre o desempenho real de seu telescópio. Alguns afirmam que, em sua época, ainda não havia tecnologia para a produção de espelhos sem distorção, o que acabou frustrando o resultado final de seu telescópio. Além disso, Zucchi não chegou a usar espelho secundário, causando uma obstrução enquanto observava. Há uma certa disputa se ele chegou mesmo a construir o instrumento (há várias evidências de que sim), mas de qualquer forma, ele o descreveu em seu livro "Optica philosophia experimentis et ratione a fundamentis constituta", publicado em 1652. Os problems que Zucchi enfrentou acabaram por ser resolvidos por Newton, que chegou então a construir o seu telescópio refletor usando dois espelhos e uma ocular. Newton conseguiu polir adequadarmente os espelhos e acabou com o problema da grande obstrução do primário.

Zucchi também é conhecido como o primeiro a ter observado anéis em Júpiter (em 1630) e spots em Marte (em 1640).

Niccolò estudou retórica, em Placência, e filosofia e teologia, em Parma. Finalizou seus estudos com 16 anos de idade e depois ingressou na ordem jesuíta, em Pádua, em 1602.

Foi professor de matemática, retória e teologia no Collegio Romano, reitor de uma Faculdade Jesuíta em Ravena. Mais tarde serviu como Capelão do Papa durante 7 anos. Teve como mecenas o Duque de Parma (Ranucio II Famese), e assim dedicou a ele o seu livro "Nova de machinis philosophia", publicado em 1642. Em 1652, publicou um outro livro "Optica philosophia", que foi dedicado ao Arquiduque Fernando II da Áustria. No final de sua vida, recebeu o cargo de Oficial da Casa Jesuíta de Roma.

Niccolò Zucchi publicou diversos livros científicos, incluindo dois trabalhos sobre "filosofia de máquinas" (análises de mecânica) em 1646 e 1649, e seu livro "Optica philosophia" em 1652. Ele também escreveu um livro chamado "Optica Statica", que não chegou a ser publicado e que acabou se perdendo. Zucchi ainda escreveu sobre magnetismo, barômetros e demonstrou que o fósforo gerava luz ao invés de absorvê-la.

Em 1623, Zucchi integrou uma comitiva papal enviada à corte de Fernando II. Lá conheceu Johannes Kepler, que foi quem acabou incentivando-o a seguir seus estudos na área de astronomia. Mais tarde, Kepler passou por dificuldade financeiras e foi Zucchi que interviu a favor de Kepler, de modo que o Padre Jesuíta Paul Guldin deu de presente um de seus telescópios a Kepler (o Padre era fabricante de telescópios). Kepler mencionou este presente em seu livro chamado "O Sonho".

A cratera lunar Zucchius recebeu este nome como homenagem a Niccolò Zucchi.

O Logotipo do Observatório

A ilustração ao lado é conhecida como "A Águia Cósmica de Bernini". É a imagem do Frontispício do livro "Optica philosophia" de Niccolò Zucchi, desenhada por Gian Lorenzo Bernini.

Bernini fez seu desenho baseado em um poema de Claudiano (escritor e historiador Romano) em homenagem ao Imperador Flávio Honório (Imperador Romano do Ocidente, 395-423a.C.). O poema de Claudiano conta que as jovens águias (da mesma forma como jovens imperadores) são testadas e levadas a voar muito alto, forçadas então a olhar diretamente para o Sol. Aquelas que não conseguirem suportar a luz, perecerão. Mas aquelas que conseguirem suportar todo o poder do Sol, se tornarão verdadeiras monarcas e herdarão o raio de Zeus (observe que a água carrega raios com suas garras). Zucchi dedicou seu livro ao Imperador Fernando II (Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Arquiduque da Áustria, Rei da Hungria, Croácia e Boêmia), um Habsburgo, cujo emblema era uma águia.

Esta é a única ilustração feita por Bernini para um livro. É uma pena que não tenha feito outras.

O lema latino "VTROQVE POTENS" significa "poderoso nos dois mundos" (espiritual e terreno) e serve como elogio ao poder do Imperador Fernando II.

Este lema casa perfeitamente, portanto, com a aspiração do Observatório Niccolò Zucchi: o desejo de acessar o mundo celestre a partir do nosso mundo terreno, sendo então, de certa forma também, "poderoso nos dois mundos".

Fotos

Nebulosa do Camarão

Localizada na Constelação de Escorpião, na região da cauda, a Nebulosa do Camarão (IC 4628) é uma nebulosa de emissão, ou seja, é formada por gases ionizados que emitem luz em diversas freqüências. A ionização destes gases é feita pela presença de muitas estelas jovens, quentes e massivas. Estas estrelas irradiam os gases com luz ultravioleta (invisível) de forma a arrancar elétrons de seus átomos. Quando os elétrons se recombinam com os átomos há então a emissão de luz. O gás fica ionizado e "acende" como uma monstruosa lâmpada.

A Nebulosa do Camarão está localizada há cerca de 6.000 anos luz da Terra e possui 250 anos luz de tamanho.

Foto tirada em 2021 em Alto Paraíso de Goiás.

Fotos

O Morcego

A Nebulosa do Véu, localizada na Constelação do Cisne, é uma remanescente de supernova. Remanescente de Supernova é como chamamos os "restos mortais" de uma estrela que foi destruída por uma violenta explosão (a supernova). Essa explosão gera uma onda de choque, ejeta o material da antiga estrela e aquece o gás interestelar até que este atinge o estado de plasma. Com isso, o gás passa a emitir luz, como se fosse uma grande lâmpada fluorescente. A luz da explosão da supernova provavelmente atingiu a Terra há mais de 5 mil anos.

Como a Nebulosa do Véu é muito grande (mais de 90 anos-luz de diâmetro), ela é dividida em 3: o Véu Ocidental (NGC 6960), o Véu Oriental (NGC 6992, NGC 6995 e IC 1340) e o Triângulo de Pickering. O Morcego está localizado no Véu Oriental.

A Nebulosa do Véu cobre quase 3 graus no céu. O Morcego cobre 0,5 grau: isto é aproximadamente o tamanho aparente da Lua no céu.

A foto foi tirada usando filtros de banda estreita H-Alpha (Hidrogênio), SII (Enxofre) e OIII (Oxigênio). A emissão de hidrogênio é mostrada em vermelho na foto.

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